Depois de um mate quente, saimos cedo para mais um dia inteiro de subida até a vila de Marcapata. Só subida! Como sabíamos o que nos esperava, aproveitamos para tomar um café da manhã mais reforçado, no estilo peruano (arroz, mandioca frita e frango). Esperando a comida chegar, ineperandamente vimos um urso andino morto no interior do restaurante. Na verdade era a metade de baixo dele, que estava sendo investigada, ou talvez até saboreada, por um vira-lata bem contente. Mesmo depois dessa cena, meu café da manhã caiu muito bem, e o meu frango me pareceu com gosto de frango. Pelo menos foi o que pensei.
Uns povoados à frente conhemos os pais de Célia, a médica que nos hospedou no povoado União Progresso. Eles nos ofereceram um lanche reforçado, que foi muito bem vindo para seguir nosso rumo. Lá para as 15h30m o frio foi apertando mais, nos obrigando a descer da bike de tempos em tempos para uma acalentadora caminhadinha. O sangue circulava melhor nos pés, deixando-os menos duros. O pior era que tinhamos que atravessar vários riozinhos na estrada, e molhar os pés naquele frio era desanimador. Atenção redobrada.
Havia a promessa de um povoado com banhos de águas termais à 5km da vila de Marcapata. Ao chegarmos no tal lugar sentimos um ambiente bem sinistro, com várias pessoas nos pedindo "propina" e outras tantas completamente "borachas" pela rua. Resolvemos desencanar do sonhado banho quente, e seguimos sem mais delongas até Maracapata, onde nos hospedamos num hotelzinho bem do esquisito.