segunda-feira, 14 de julho de 2008

Copacabana - La Paz

Enquanto passeava de bobeira por Copacabana depois do almoço, conheci Philip (suíço) e Ana (colombiana), um casal que está viajando a quase um ano pela América do Sul em bicicleta. Como estariam partindo de Copacabana para La Paz no mesmo dia em que eu, combinamos de seguir juntos.




No primeiro dia contemplamos o visual mais bonito do Lago Titicaca, subindo e descendo pequenos morros, e pegando um frio de congelar os dedos. Durante o caminho foi possível ter uma bela vista da Montanha Llampú, com seus mais de 6300m de altitude, e de toda a Cordilheira Real, uma cadeia de montanhas nevadas próxima da cidade de La Paz. Ao fim do dia conseguimos um bom lugar pra acampar à margem do Titikaka, a cerca de 6 km da cidade de Huarina. Durante a noite ventou um pouco e fez muito frio, o suficiente para acordarmos com as barracas e bicicletas cobertas com uma fina cama de gelo.















No dia seguinte saímos para um dia bem duro até La Paz. Foram 82km feitos bem rápido, para que pudéssemos chegar em um horário seguro por lá. Além de monótona, a estrada não tinha lá muito apelo visual, e pra piorar, chegando em La Paz começa um tráfico intenso e caótico de vans, soltando muita fumaça e buzinando desesperadamente. Pra completar o quadro, a pequena deformação que aparecera no meu pneu dianteiro a alguns dias evoluíra para um pequeno rasgo em crescimento, que poderia comprometer a minha chegada na cidade.

Quando pensei que já havia chegado, me dei conta que estávamos somente em "El Alto", na zona metropolitana de La Paz. Uma cidade muito pobre, que vem crescendo muito rápido em função do fuga dos campesinos para o meio urbano. O centro de La Paz estava uns 400m abaixo dali, acessível por uma terrível autopista de 10km de extensão.

A descida foi para mim a verdadeira estrada da morte*. O trânsito estava intenso, a estrada toda esburacada, e nós bem cansados. Por volta das 14h, finalmente chegamos à Plaza San Francisco. Agora seriam mais uns diazinhos tranqüilos de turista, com muita comilança no Mercado pra acumular umas energias.




*Alusão a uma das mais conhecidas atrações turísticas da região, a Estrada da Morte, um grande "downhill" feito em bicicleta organizado por algumas agências de turismo, em uma estrada tenebrosa até a cidade de Coroico. Ao contrário do preço, o passeio parece ser interessante.