sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Uruguai, do campo à praia...




De Buenos Aires segui para a charmosa cidadezinha de El Tigre onde atrevessei de barco o Rio da Prata em direçao Nueva Palmira, na República Oriental do Uruguai, onde comi o maior bife à milenesa da minha vida. O Uruguai sem dúvida foi o país onde fui mais bem recebido até aqui. De Nueva Palmira, a Montevideo foram 3 dias de pedal em meio aos pampas Uruguaios.

O Uruguai é um país bem peculiar para viajar em bicicleta. A maioria das cidades não se encontram à beira das rodovias, mas sim a distancias cerca de 3 km das mesmas, o que me obrigava a carregar mais provisoes durante o dia para evitar perda de tempo com deslocamentos desnecessários.

Em Montevideo fui atrás de Pablo de León, uma pessoa que teoricamente teria uma loja de bicicletas no centro da cidade e também recebia cicloviajeiros. Contudo, ao chegar ao local da bicicletaria, encontrei somente um casarao abandonado. Nenhuma pista de Pablo ou da biciletaria. Desencanei dessa história e fui procurar um hotelzinho barato. No dia seguinte, dando uma volta pelo centro de Montevideo, me chamou a atençao o trabalho de ótima qualidade de um pintor, e parei para conversar com ele. Conversa vai, conversa vem, descubro que estava conversando com Marcelo, o irmao da pessoa que buscava. Ê mundinho pequeno... De pronto me ofereceu hospedagem no seu atelier, e me colocou em contato com Pablo.

Passei um dia com Pablo e conheci sua nova sua bicicletaria, que agora era móvil, e tinha como sede uma bela Kombi creme. É uma bicicletaria à domicilio. No dia seguinte Pablo e seus familiares seguiram para Punta del Diablo, uma praia no litoral norte do País, enquanto eu segui para a casa de Cachi, um amigo de Pablo, que morava numa comunidade localizada no Cerro del Burro, a uns 100km de Montevideo.

Apesar de nunca ter visto Cachi na vida, era como se fosse um velho amigo que não via a muito tempo. Fiquei um dia em sua casa conhecendo um pouco mais da cultura Uruguaia e da vida no Cerro del Burro. Lá pude conhecer também Nico, um amigo de Cachi, e antes de seguir viagem combinamos de nos encontramos alguns dias depois na praia de Valizas.

Saindo do Cerro, passei pela estranha cidade de Punta des Leste. A geografia de sua costa é um capricho da natureza. Nessa punta é que se faz a divisão bem marcada entre as praias do oeste, banhadas pelas águas do Rio da Prata (de agua mais doce e barrenta), e do leste, banhadas pelas águas do Oceano Atlântico (bem verdes e com muitas ondas). Infelizmente a beleza do lugar o condenou a se tornar um reduto de cassinos e resorts de luxo, restringindo minha estadia no local a uma breve pedalada.

Em Valizas, encontrei com Cachi e Nico e nos hospedamos na casa de uma amiga de Cachi, que ficava somente a alguns passos da praia. Apesar do sol forte e do dia limpo, tínhamos que ir de casaco para a praia, já que soprava um vento bem frio. Fiquei uns dias por ali antes de seguir para Punta del Diablo, onde me encotraria novamente com Pablo e sua Família.