sábado, 20 de setembro de 2008

22 de Setembro - Dia Mundial sem carros


Devido ao grande transtorno que vem sendo causado pelo excesso de veículos nas cidades, foi criado o dia mundial sem carros, 22 de setembro. Neste dia é pedido para que não utilizem o carro, e que façam também esta sugestão a outras pessoas. Em algumas cidades não é permitida a circulação de automóveis nos centros urbanos, apenas os transportes coletivos e não motorizados.

A experiência inicial da campanha “Um dia sem carro” foi realizada em 1998 com a adesão de 35 cidades francesas. Em 1999, a adesão se estendeu para 66 cidades francesas, 92 italianas e toda uma região de Genebra, na Suíça. No Brasil, a mobilização foi promovida pela primeira vez em 2001, sendo que em 2004 contou com 63 cidades em todo o país. Esta mobilização vem ocorrendo a alguns anos de forma crescente pelo mundo, e tem como objetivo combater a poluição do ar, a emissão excessiva de gases do efeito estufa e estimular o debate sobre temas como a adoção de políticas públicas para transportes coletivos de boa qualidade e o uso de modos não motorizados de transportes.


Motoristas, conscientizai-vos!!!!


Conto com a colaboraçao de voces.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

S. S. de Jujuy - Buenos Aires

A hospitalidade em Jujuy foi tanta, que acabamos ficando uma semana por lá, para descansar e repor as energias. Nada como uma cozinha à nossa disposição após dias de uma dieta bem restritiva... Depois dessas "férias" seguimos até a cidade de Salta pela ruta 9, uma bela e pacata estradinha que vai serpenteando por entre as montanhas.

Em Salta fomos muito bem recebidos na casa de Ramón e sua família, mais uma das casas de ciciclistas da América do Sul. Lá tive o prazer de conhecer Sekiji (o japonês mais latino que já vi!), que vem recorrendo a América do Sul em bicicleta a alguns anos, e estava por lá se recuperando de um problema no olho.

Philip, Ana e eu seguimos no rumo sul até o povoado de El Carril, a 30km de Salta, onde paramos para um looooongo almoço, que selaria nossa despedida. Depois de pedalarmos juntos por 2 meses, me despedia do casal "cicloviajeiro" que seguia para o Parque Nacional Los Cardones em sua Jornada até o Ushuaia, enquanto eu seguia direto para a cidade de Cafayate pela Quebrada de las Conchas.

Em Cafayate fui recebido por Sacha no Taller Utama, onde funciona seu ateliêr e uma bodega de vinho artesanal. Já de volta a estrada, passei por um bloqueio a 3 caminhões chilenos que trabalham para uma mega mineradora na cidade de Catamarca. Era um protesto ao funcionamento desta mineradora, que vem causando vários danos a meio ambiente, contaminando o solo, o ar e a água da região, revoltando muitos Argentinos (http://www.noalamina.org/ ou http://www.pro-eco.ar/). Pouco mais a frente, fiz uma parada para visitar as ruínas de uma antiga fortaleza da civilização Quilmes, de onde pude ter uma idéia do péssimo tempo que me aguardava.

Ao fim do dia chego ao povoado de Amaicha del Valle, no sopé da última montanha que me conduzia através da Abra “El Infernillo” (de apenas 3000m de altitude) para baixo da Cordilheira. A descida, que passa pela formosa cidade de Tafí de Valle, é conhecida pela beleza de sua floresta muito bem conservada e pelo clima subtropical bem agradável. Contudo, ao chegar em Amaicha de Valle sou desaconselhado a seguir minha viagem em bicicleta até Tafí del Valle, já que devido ao mal tempo dos últimos dias, a Abra estava coberta de gelo. Preferi separar minha roupa de "guerra", já no fundo do alforge, e sair bem cedo no dia seguinte para avaliar a situação, esperando também uma melhora no tempo.

Apesar do meu otimismo, o dia acordou pior que o anterior, com muitas nuvens escuras na parte mais alta da serra. Mesmo assim resolvi arriscar. Quanto mais subia, mais esfriava, e com cerca de 20km começou a “neviscar”. A essas alturas já não sentia meus pés, e o pouco de água que vazou da garrafa que trazia no bagageiro traseiro, já havia se transformado em uma pequena escultura de gelo sobre meu saco de dormir.

Foi após uma curva, alguns quilômetros a frente, que percebi que era impossível prosseguir. Não se tratava de um simples mal tempo, mas de uma nevasca que havia deixado a paisagem completamente branca de cima a baixo. Não teve jeito, tive que descer um pouco e “hacer dedo”. Por sorte, logo a primeira camionete que abordei parou, e me deu uma carona até a cidade de Tafí de Valle (2000m). Só assim podia seguir sem que virasse um picolé.


Depois de um bom café com leite para aquecer até a alma segui pela tal descida, ainda com um pouco de neve caindo, até os pampas argentinos (450m) em busca dos esperados dias mais quentes. Era minha despedida da Cordilheira.

No dia seguinte chego a cidade de São Miguel de Tucumán, e depois de uma visita rápida à casa de ciclistas de lá para conhecer Benjamin, pego um trem direto a Buenos Aires cortando o imenso e monótono pampa argentino. Uma ótima opção para aqueles que, assim como eu, não tem muito tempo e dinheiro para recorrer tudo no pedal.

A cidade de Buenos Aires é encantadora, e perfeita para ser descoberta na perspectiva de um ciclista. Além de plana, possui avenidas bem largas, e algumas ruas preferenciais para ciclistas. Pode-se chegar facilmente de bicicleta a muitas atrações da cidade, com a vantagem de curtir melhor a arquitetura da cidade no caminho. Inclusive existe um ótimo material fornecido pelo pessoal da “La bicicleta naranja”, indicando boas rotas para conhecer Buenos Aires (http://www.labicicletanaranja.com.ar/).
A única coisa complicada em Buenos Aires é o Porteño. Ainda mais depois de uma medalha de ouro fresquinha para o futebol argentino...