terça-feira, 14 de outubro de 2008

Reta Final do Giro Andino


Passei os últimos dias do Giro Andino em Punta del Diablo, mais uma vez na companhia da Família de León. Fiquei no rancho de praia construído pelo próprio Gustavo de León, que o fez em alguns meses enquanto permanecia acampado no terreno. Lá tive oportunidade de aprender muito sobre mecânica de bicicletas com Pablo, enquanto revisávamos minha bicicleta.

De Punta del Diablo segui com um baita vento contra até Chuy, na fronteira com o Brasil. Apesar de inicialmente ter a intenção de seguir pedalando até Porto Alegre, ao chegar em Chuy percebi que minha jornada tinha chegado ao fim, afinal já havia extrapolado o prazo e o orçamento previsto para o Giro Andino. Além do mais, os atrativos que me motivaram a realizar esta viagem se acabavam na fronteira com o Brasil. Assim, segui diretamente para Porto Alegre, e depois de uma passada em Florianópolis cheguei à Brasília, onde a vida continua, agora um pouco séssil.

Ao fim foram pedalados mais de 4.100 km por 6 países, em 4 meses de viagem. Sucesso total! Sem dúvida, uma das melhores coisas que fiz na vida.

Agora é compilar toda as informações adquiridas nessa viagem e assim que possível, disponibilizar para todo cicloviageiro que queira encarar essa experiência. Fora isso, é começar a pensar no próximo Giro. Onde será…?

Pra finalizar deixo essa charge (clique na imagem para ver ampliado):


Acho que ainda estou muito novo pra falar em meia-idade...

Valeu aí a todos que acompanharam o Blog. Assim que puder, espero escrever outro…

Recomendo essa experiência à todos.
Vamos de bicicleta sempre!!!!!!!!!
Qualquer coisa é só entrar em contato comigo: luizfelipebio@gmail.com

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Uruguai, do campo à praia...




De Buenos Aires segui para a charmosa cidadezinha de El Tigre onde atrevessei de barco o Rio da Prata em direçao Nueva Palmira, na República Oriental do Uruguai, onde comi o maior bife à milenesa da minha vida. O Uruguai sem dúvida foi o país onde fui mais bem recebido até aqui. De Nueva Palmira, a Montevideo foram 3 dias de pedal em meio aos pampas Uruguaios.

O Uruguai é um país bem peculiar para viajar em bicicleta. A maioria das cidades não se encontram à beira das rodovias, mas sim a distancias cerca de 3 km das mesmas, o que me obrigava a carregar mais provisoes durante o dia para evitar perda de tempo com deslocamentos desnecessários.

Em Montevideo fui atrás de Pablo de León, uma pessoa que teoricamente teria uma loja de bicicletas no centro da cidade e também recebia cicloviajeiros. Contudo, ao chegar ao local da bicicletaria, encontrei somente um casarao abandonado. Nenhuma pista de Pablo ou da biciletaria. Desencanei dessa história e fui procurar um hotelzinho barato. No dia seguinte, dando uma volta pelo centro de Montevideo, me chamou a atençao o trabalho de ótima qualidade de um pintor, e parei para conversar com ele. Conversa vai, conversa vem, descubro que estava conversando com Marcelo, o irmao da pessoa que buscava. Ê mundinho pequeno... De pronto me ofereceu hospedagem no seu atelier, e me colocou em contato com Pablo.

Passei um dia com Pablo e conheci sua nova sua bicicletaria, que agora era móvil, e tinha como sede uma bela Kombi creme. É uma bicicletaria à domicilio. No dia seguinte Pablo e seus familiares seguiram para Punta del Diablo, uma praia no litoral norte do País, enquanto eu segui para a casa de Cachi, um amigo de Pablo, que morava numa comunidade localizada no Cerro del Burro, a uns 100km de Montevideo.

Apesar de nunca ter visto Cachi na vida, era como se fosse um velho amigo que não via a muito tempo. Fiquei um dia em sua casa conhecendo um pouco mais da cultura Uruguaia e da vida no Cerro del Burro. Lá pude conhecer também Nico, um amigo de Cachi, e antes de seguir viagem combinamos de nos encontramos alguns dias depois na praia de Valizas.

Saindo do Cerro, passei pela estranha cidade de Punta des Leste. A geografia de sua costa é um capricho da natureza. Nessa punta é que se faz a divisão bem marcada entre as praias do oeste, banhadas pelas águas do Rio da Prata (de agua mais doce e barrenta), e do leste, banhadas pelas águas do Oceano Atlântico (bem verdes e com muitas ondas). Infelizmente a beleza do lugar o condenou a se tornar um reduto de cassinos e resorts de luxo, restringindo minha estadia no local a uma breve pedalada.

Em Valizas, encontrei com Cachi e Nico e nos hospedamos na casa de uma amiga de Cachi, que ficava somente a alguns passos da praia. Apesar do sol forte e do dia limpo, tínhamos que ir de casaco para a praia, já que soprava um vento bem frio. Fiquei uns dias por ali antes de seguir para Punta del Diablo, onde me encotraria novamente com Pablo e sua Família.